“Quando a gente está no mato fica com essa sensação: sempre parece que você já conhece aquele lugar, há muito esquecido, como o rosto de um parente morto há muito tempo, como um sonho antigo, como o trecho de uma canção esquecida que está à deriva sobre à água, mas acima de tudo como eternidades douradas de infância passada ou vida adulta passada e todos os vivos e os que estão à beira da morte e o coração que bateu ali há um milhão de anos e as nuvens que vão passando lá em cima parecem servir de testemunha dessa sensação (devido à sua própria familiaridade solitária). Êxtase, até, senti, com lampejos de repentinas lembranças.”
Ray é um escritor desejoso, talvez uma conquista ou a lembrança de algo significativo que tenha feito; frustado pela vida pacata e sem gosto. Ao lado de Japhy Rider ele alcança essa dimensão, de “nirvana” (libertação e plenitude), ao conceber um mundo cheio de matizes e percepções deliciosas.
Autor: Jack Kerouac
Edição: 1ª edição
Editora: L&PM
Número de páginas: 252
Gênero: Literatura Moderna
A vida é certamente um desafio. Mistério, deleite ou tortura? Alienação, desassossego ou frustração? Ray Smith é o protagonista dessa inquietante obra e ao lado de Japhy Rider somos conduzidos à descoberta de uma nova provocação daquilo que consideramos vida e equilíbrio.
A história é entrecortada pelo jazz e o zen-budismo, e é nessa atmosfera de experimentação que somos embebidos pela expressividade de um autor moderno e ousado.
Jack Kerouac é considerado umas das mais importantes figuras da geração “Beatnik”, movimento social e cultural dos anos 50. Na ânsia de idealizar uma literatura crítica, metafísica e subversiva, a geração Beat vem acrescer um olhar reflexivo ao homem e suas relações em um mundo materialista.
Ray é um escritor desejoso, talvez uma conquista ou a lembrança de algo significativo que tenha feito; frustado pela vida pacata e sem gosto. Ao lado de Japhy Rider ele alcança essa dimensão, de “nirvana” (libertação e plenitude), ao conceber um mundo cheio de matizes e percepções deliciosas.
Li esse livro na adolescência, após “On the Road” e senti a necessidade de conhecer mais sobra a geração beat e Kerouac, deparei-me com um livro moderno, vivo, ousado e delicioso. Divirtam-se. Avante!
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